ONTEM
Quando morri a minha morte
Descobri
Que Sou um vaso vazio
E tudo de mais triste nessa vida
Descobri
Que Sou um passatempo do tempo
E o nada absoluto
Eu sou o nada
Não valho nada
Pois nem o nada sou...
Contemplo-me no espelho
E não me vejo
Meu eu já não tá em mim
Meu eu
já não tá em mim
Tá lá
No abismo
No fundo mais profundo
Onde estrelas nem iluminam sua mente...
Ontem...
Quando morri a minha morte
Morri a minha morte
E percebi
Que nem o vazio preenchia
Mesmo num espaço vazio
Ninguém me via
Fui zé ninguém
Nem fui melhor que o ninguém
Meu nome era fulano
Aquele sicrano
Me apelidaram de "isso"
Fui trocado por lixo
Nem servi pra preencher um lugar vazio
Tampa sem panela
Casa sem tecto
Sola sem chinela
Me nasceram no intervalo do tempo
Ontem
Fui engano enganado
Nascido por engano
Talvez surgi no tempo do planeamento familiar
Me escapou a morte
Nasci para amar
Sorrir e chorar
Longe me via da sorte
Ontem
Poeta Bruno De J
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